segunda-feira, 29 de março de 2010

A razão tem razões que importa obscurecer ao coração.

Ando há algum tempo para escrever sobre equilíbrio, isto é, uma situação onde existem formas próprias de se contrariar forças e seus desvios por efeitos opostos. Nós todos já temos ouvido, lido a expressão "brandos costumes", mas o que será isso?
Toda a gente foi disciplinada, mas alguns precisavam era de pelo menos a disciplina que preferem impingir, porque não se pode amar a pacata ordem sobre todas as coisas. Quando a ordem é pacata, ainda não se subiu todos os degraus da responsabilidade do nosso tempo-espaço e sendo assim, temo que a estratificação social passa claramente pelo rebaixamento e condicionamento típicos de um self-fuck ao conjunto envolvido, mas se então isso for a verdade da época, o equilíbrio reina entre os comprimidos, porque a compressão é uma correspondência roedora da identidade (por ex:o ente A, deixa de aparentar A para passar a ser uma merda qualquer), do potencial. Uma das pessoas que deu identidade a um título de um livro e estudou também a obra de Fernando Pessoa foi José Gil , que dá uma entrevista este fim de semana ao Correio da Manhã.
Ainda a propósito da entrevista de José Gil, apesar da queda do projecto do Império do Sol na Terra (URSS), o Sol continua de pé e aconselha-se porque quando nasce é mesmo sem sombra de dúvidas para todos. Os lamentos da falta de programa da esquerda, têm igual fundamento para a direita e suas bases sempre prontas a defender os preconceitos e ferocidades da sua equipa programática. As pessoas põem de lado cada vez mais as crenças e entram avantajadamente no jugo do teatro entre pares e entre regiões. As mãos do rei definiram alguns símbolos do poder, mas como se sabe, gerir não é ser de esquerda, ou direita. Mas a legitimação do poder político, passa por haver uma cadeia de aceitação-promessas, de que quase eu só me lembro do sound bite.
O capitalismo continua saudável, porque nunca o foi, mas as pessoas sempre aceitaram viver assim. O valor que as coisas podem ter, quase sempre pode ser previsto ou acordado, mas no mercado a lei da oferta-procura, determina tudo pela regra da identidade do concurso de beleza. O que é que o outro quer, ou está disposto a dar-me, por isto que para mim vale X?
Não é o capitalismo que cria o valor, como não é o bem, ou mal que precisa das certezas da ordem. A realidade sempre venceu todas as ideologias, cartilhas e bons costumes, porque algumas falam melhor de si, do que da realidade (De Gênio e Louco Todo Mundo Tem um Pouco). A economia e muitas outras disciplinas estão dominadas pelo equilíbrio, mas na economia o equilíbrio é formado pela coexistência de acordo de preços entre as partes envolvidas dos produtos solução de problemas e pela procura de soluções de problemas, mas ninguém sabe como se chega aí, nem nos mercados de acções (preços de títulos), porque quem tenta balancear faz parte ele próprio do balancé. O incentivo primordial que existe é o lucro e só logo a seguir o equilíbrio. Em que modos existe equilíbrio: quando o príncipe financia o circo dos pobres e a caridade dos abonados, com o que lhes exige em géneros ao mesmo tempo; como a IURD financia a virtude dos que querem "sem querer" o espírito, etc
Bem de uma coisa é preciso ter a certeza, o equilíbrio não é próprio de sujeitos (um cego a guiar outro cego, mas há sempre um que acaba por ver mais do que o outro e lá se safam), porque não são os objectos que criam uma situação de enriquecimento, ou de empobrecimento. E se há cegos, outros há, que precisam que outros permaneçam hibernados na escuridão e aí não há mais sujeitos, mas mecanismos que se explicam pelos "hard cool numbers". Mas há quem combata os números pelo surrealismo (troca de papéis), pela reflexividade (idiotizar) e raramente pelo paradoxo (função reguladora).





"Sempre há um pouco de loucura no amor, porém sempre há um pouco de razão na loucura" - F. Nietzshe

Baruch Spinoza termina a sua "Ética": "todas as coisas dignas de atenção são tão difíceis quanto raras".

quinta-feira, 18 de março de 2010

Opiniões?

É-se preso por ter cão e por não ter.

Aquilo que sabe bem, ou faz mal ou é pecado.

Cada cabeça, uma sentença.


Só há dois tipos de liderança:

-uma que influencia as pessoas de forma a "fazer acontecer", tornar real, concretizar um conto.
-uma que influencia as pessoas a literalmente aceitarem a coerção (um crer ser único, promovendo a variedade disfarçada), tanto no plano individual e ainda pior no plano económico.


A gramática está para a literatura, como a economia está para a criação de Valor.
A economia está para a criação de valor, como a burocracia está para a empresa.


Obediência é fazer aquilo que nos mandam seja trabalho, seja punição.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Contrabalançar a estabilidade

Nem só do preço vive o homem, mas também da mais-valia e do tempo de duração dos produtos que geram valor.


A mais-valia é tudo (produtividades, valor criado potencialmente, etc) que torna o custo de oportunidade relevante para o consumidor.


OBS: isto são responsabilidades de patrões e de capitalistas, nem devia ser uma preocupação de quem não deve querer as culpas das responsabilidades não correspondidas. Mal vai o patrão, o capitalista que não precise dar o exemplo!!!




Rumo ao Crescimento - A economia da União Europeia

Transferências financeiras da União Europeia para Portugal -I
Orçamento comunitário - II


A grande transformação, dos anos oitenta até a crise atual

Productivity and the crisis: Revisiting the fundamentals



http://www.shapesofportugal.com/

PIB per capita por região - I PIB per capita por região - II

Trabalhadores por conta de outrem: salários, sector, região

Peso dos salários no PIB e desigualdade entre salários máximo e mínimo

Tabela salarial para trabalho especializado-(fonte HAYS)

Anuário Estatístico de Portugal (2007) -inclui info de salários

Gráficos do PIB e dívida externa ao longo de 100 anos

Peso do estado no PIB

Irá reduzir-se o peso do sector público?

O perigo das desvalorizações gerais do capital humano em Portugal (e o de comparar amalgamas entre países)


Comunicação do Governador do BdPortugal Dr. Vitor Constâncio com exposição sobre os Custos de Trabalho em Portugal (em 2001)


Abreviando a coisa, o índice de custos de trabalho-ICT são uma versão do peso do custo de trabalho horário no preço da unidade produzida.

A produtividade do trabalho é igual ao rácio entre Valor Produzido e Gastos com o Trabalho, é igual ao inverso da ICT, sobre a condição do custo de trabalho horário ser uma média horária de todos os gastos com o factor trabalho.

Explanatory memo on Unit Labour Cost database

Podem consultar dados do ULC - unit labour cost:
EUROPA - Economic and Financial Affairs - Indicators

Índice de Custo do Trabalho – 4º Trimestre de 2009 (INE)


Os idiotas úteis de sempre falam em desvalorizações GERAIS do Trabalho... (tantas formas é só escolher a noblesse oblige, inflação, redução do salário mínimo nominal). Se não houvessem produtividades não monitorizáveis (economia subterrânea , caixa 2, custos indirectos muito relevantes principalmente em tudo que não mexa com concorrência, por ex: o estado). A melhor forma de monitorizar é não ter vergonha, problemas de consciência e de não "estar à altura das circunstâncias".


Factores de Crescimento do PIB em Portugal ao longo dos tempos

Evolução PIB e Factores Produtivos

Economia Portuguesa-Crescimento

Indicadores Desenvolvimento económico nacional







E para terminar só há duas formas de ser melhor : uma é vermos defeitos nos outros (quando os podemos assim tomar) e outra é termos como referência nós próprios (mas também as referências semelhantes) e a larga procura dos outros. Umas vezes não passa de uma moda, outras são vitórias de Pirro, etc




quinta-feira, 4 de março de 2010

Homo Economicus

Trata-se da perspectiva que temos de quem tem um conjunto de necessidades humanas que consegue satisfazer através de uma capacidade "máquina de cálculo" relegando o pensamento às regras, à procura de inputs e onde actuar, reagir consoante as decisões tomadas. A cabeça está acima dos ombros e comporta-se como centro nevrálgico porque "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga".
Apesar de já haver uma analogia de organizações sociais com o corpo humano, o Leviatã, acho que se podem fazer mais algumas, quer dentro da empresa, quer no próprio mundo, em que nações inteiras são aproveitadas intensivamente com grandes diferenças entre o uso dos membros do corpo humano. Não vou dizer, membros do corpo humano uni-vos, mas que a desmaterialização das produtividades é a materialização da injustiça. Nessa conta da desmaterialização constam todos os direitos adquiridos das produtividades decretadas por lei (por ex: direitos de exploração "leiloados" pelo estado), todos aqueles que são fins à procura de ser meios, enfim é o caos do dualismo em palavras!!!
O mundo é demasiado complicado e não fui eu que dei conta disso agora, para ser levado a sério por atalhos fora da estrada das metáforas e dos outros simbolismos, a desmaterialização pode ser como as agências imobiliárias no meio da cadeia oferta-procura, ou seja, eles apenas organizam o mercado e "sabem vender", se a oferta (proprietários) e a procura (arrendatários, compradores de imobiliário) são as mais satisfeitas (como?), só a existência de inúmeras (crescem como cogumelos!!) agências imobiliárias o pode explicar.