quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Avulsos

Apresentam-se as já mais que apregoadas virtudes dos palavrões económicos e faz-se de conta que não existe o milagre da cegueira humana onde lucro é confundido com rendas económicas, os incentivos são o poder do quero posso e mando, não sendo mais do que importante as rotundas oculares.
Enquanto se perdem nisso, lembram-se da famigerada procura de último recurso, pela promoção do investimento do ímpeto do estado, diz-se agora aí, por portas travessas, que era a profilaxia do Senhor Keynes para quando os mercados não conseguirem arrebitar por si próprios. Precisa-se isso sim é de liquidez de último recurso. Apesar de toda a força produtiva da UE estar bem vincada por cada um dos 3 sectores da economia, em cada um dos países principais; os países periféricos, como Portugal ainda têm uma palavra a dizer.


Lição sacrificial , não há solidariedade, nem dentro do país, pois não se evitou o deboche a tempo e horas, vindo-nos agora à cabeça a tresloucada ambição de continuarmos a pedir favoravelmente dinheiro como dantes, ou pior, com taxas de juro irrisórias, quando nós sabemos que o Juro é um preço, e este serve para estabelecer concórdia entre risco&necessidade de liquidez vs disponibilidade de liquidez. O risco é de quem tiver força para o calcular ou para quem tiver tanta legitimidade, que terá de qualquer forma, seja qual for a situação o dinheiro de volta. Aquilo que como esquerda, chamamos de Austeridade do Neoliberalismo, é o que toda a gente antes fazia: queres comprar e não tens dinheiro, então poupa em tudo, mas mesmo até ao tostão, amealha e espera para comprar. Estropiar os pobres para dar aos que não fazem nada, a não ser, deter PODER, isso eu chamo: uma demão, de mais o mesmo.
Se a união europeia é um reunião de amigos (representantes dos respectivos povos), então a reunião que fazem as outras amizades entre financeiros é uma reunião do cada um amocha e faz amochar na sua "quintinha" em conluio com o "logo se vê", "tanto me faz", "para o que é serve", misturando nesta orquestra, muita partitura de música pimba, em que não há engenho e só niilismo, pois a gula fez-se rei de todos os princípios, negando-lhes toda a sua evidência.




Sem "grão a grão enche a galinha ao papo", o estado nunca irá ter orçamentos com excedentes que cheguem para cumprir com as responsabilidades dos credores.
Bem se sabe "que isto não é o da Joana" mas é odioso continuar a pagar e não bufar, por coisas que não nos foram emprestadas em géneros, mas fomos nós que transformámos o dinheiro em elefantes devoradores de PIB potencial; mas quem empresta dinheiro tem de ser também responsabilizado pelo facto de ser condescendente com a constatação do PIB não arrebitar com a sua benevolênciazinha, por isso chegará a altura de com real benevolência assumirem um corte naquilo que tenham a receber (Juros+Principal) pela atitude devoradora, de para tudo emprestarem, desde que sejam estados, porque esses nunca desaparecem, são perpetuidades!!!


"Todas as coisas estavam juntas, infinitas ao mesmo tempo em número e em pequenez, porque o pequeno era também infinito".
Anaxágoras



Toda a gente anda com o pluralismo na boca, mas quando chega à Macroeconomia, considera-se "o todo é igual às partes" e aí já deixa de haver injustiças, plena ilusão. Os agregados ajudam partes da economia, quase nunca faltando a falta de neutralidade dessa atitude, prejudicando outros que estão com interesses opostos. Um dia lá mais para a frente, quando a economia europeia no seu todo, tiver mais capaz, o mesmo é dizer, se ter criado uma riqueza, superior à que agora possuímos, vai ser possível discernir, o quanto lamecha e protector são os controlos dos agregados, nos pontos limítrofes de uma união económica.
Desde que haja movimento de matéria, isto é, produção, mobilidade, comércio, aparecimento de novas profissões, as assimetrias são combatidas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A obesidade da cabeça

Hoje somos inundados com cheias de palavras encantadoras que enchem de valor o que por si só seriam árvores, não, ervas do campo com radículas pouco profundas, que ajudam a fixar à terra, para que numa posição certa recebam a luz do sol e a sombra de quem se ergueu mais alto com a seiva de quem tem de ser alto. O verde e a novidade constante, do que tem força motriz esconde a pungência no desbravar subterrâneo pela procura de um motivo mais forte de erguimento, a modos que se for o que pertence às individualidades, estas irão explorar o solo e passado alguns movimentos e transtornos da actividade diurna poderão eventualmente devolver muito mais do que troco. Irrompem cada vez mais, infinitésima a infinitésima de camada de luz, trepam naquilo que me é possível ver, como se de verdade uma antologia se tratasse, mas não sei se não haverá na manutenção dessa procura de altura um pacto secreto ao nível do subsolo e da divina escadaria. Existem muitas possibilidades, aquelas que eu reflectidamente escolho e aquelas que passam ao lado do meu canteiro, mas por não me querer fazer súbdito dessa exígua e relativa parte de terra, julgo que deva haver árvores que pela sombra e o prazer da gula da vertigem consigam cativar para próximo de si uns bons centos de vegetação. O torpor vegetal é uma constante de quem vegeta, não da vida, porque a vida não se conforma com coisificação, com esquemas mirabolantes de um qualquer toque de Midas, em que de repente se transmuta um ente para os desejos e estatura de quem nos explora, não se sabendo o quanto em tombo somos todos explorados. Não sei o que de bom possa ter, exercer, para cada individualidade essa coisa disfarçada de razão, quando não passa apenas de força, uma força com origem apenas no querer deixarmos de ser aquilo que somos e o caminho mais curto é sempre o de onde houver mais força tanto a montante como a jusante.
As árvores, são como as palavras, não têm culpa, do quanto mais é reprimida uma parte da vida, mais importante essa mesma parte se torna. Se alguém diz: não te ergas, não tenhas importância ; é porque te quer junto a ele, ou a que procures outro a quem te juntares. Não é pelas palavras pertencerem a uma comunidade que elas se valorizam, nem as árvores a exigirem conteúdo das ervas e restante vegetação. Tenho em querer, que existem esquemas Ponzi algures na floresta, e se não for isso, um só eucalipto pode acabar com os eucaliptozinhos à sua volta, uma demonstração de poderio mais justa acima da Terra, mas muito injusta para quem tem de partilhar o Solo. As palavras têm um solo, uma corrente freática, um lugar de rocha e por vezes podem ajudar a sugerir-nos um mais além, inatingível, como essa viagem ao centro da Terra já imaginada por um autor esclarecido.