A vida tem primórdios catalogados até ao nível celular. Compreendemos a formação de moléculas, agregados de moléculas e tudo que a partir daí não se sabe bem aonde pára.
Nós os humanos estamos num mundo CONDICIONAL e com FUTURO. A melhoria do mundo depende muito da ORDEM que o homem consegue estabelecer. Assim quer a PSICOLOGIA, quer a LÓGICA são ambas importantes e não podem ser deixadas ao acaso, à imaginação, às ambições provavelmente da glória e dinheiro dos humanos que se querem ver distinguidos. Uma pequena parte, das escolhas e interacções envolvidas nos actos anteriores, pode ser estudada pela Teoria dos Jogos. Porque o resto não passa mesmo de decisões sobre decisões, onde o racionalismo do dogma da experiência nos dá imenso jeito.
Recordando John Kenneth Galbraith:
http://www.econ.fea.usp.br/gilberto/eae5948_2_2007/Galbraith_1993_slides.ppt
Depois de ver esses slides lembro-me de escutar nos sítios mais recônditos do mercado onde me insiro:
-Nunca pagar dívida com dívida ainda mais cara no futuro. Problema não são juros compostos. Mas as expectativas futuras.
-Ancorar o valor às fantasias : quem compra é o mesmo que vende, quem tem nominalmente não é quem tem realmente. Problema são o incitamento às margens, pela margem, melhorias pela melhoria do número representante. O problema não são as regras permanentes/facilmente verificáveis. Mas as expectativas futuras.
-Pagar as dívidas, correspondentes à compra de um activo, sem ter que prestar um serviço à sociedade. Confiando o pagamento de Juros ou o pagamento do principal , ao facto de um activo se tornar atractivo/sexy quase sempre em conjunto com as facilidades monetárias (que só podem ser de boa vontade, quando sabem que há serviços a serem prestados à comunidade no futuro). Estas contra-indicações do capitalismo são plenamente conhecidas há muitos séculos, mas o economista mais conhecido por as ter estudado foi Hyman Minsky.
As expectativas futuras podem ser tudo e mais alguma coisa:
-concordar que é bom ancorar em fantasias, pelo menos alguma vez.
-conseguir pagar dívidas inimagináveis, sem trabalhar, só com a valorização de um activo.
-conseguir ...
Um resumo de macroeconomia...
Engineering Economics
Financial
Economic Theory and Engineering Formulae Sheet
Nas págs 87-89 (numeração do SCRIBD) do seguinte livro encontra-se uma importante reflexão sobre a como determinar o valor das coisas por si mesmo (sem outras âncoras, temporais, espaciais, pessoais, etc), tal como antes tinha procurado David Ricardo (1772-1823) e depois Piero Sraffa (1898-1983)
marx, karl - o capital, crítica da economia política - livro i tomo i
Do valor saltemos até ao dinheiro:
Da lista de trabalhos do Milton Friedman (uma pessoa que nunca se cansa de referir inúmeras vezes o método científico, que para testar uma teoria, se precisa de uma experiência controlada, logo com medidas de inputs e outputs)
Why Money Matters
Podem ver como Keynes e Friedman concordam com o facto do banco central ser importante como emprestador de última instância, na altura das crises.
Para o Milton Friedman, a teoria quantitativa da moeda (como se pode ver pelo link, um problema antigo!!!) terá de ser válida no longo prazo.
O fornecimento de dinheiro só pode ser válido ao encontrar-se com o valor criado no futuro, actualizado ao presente. Quer isto assim dizer, claramente, que dinheiro criado, para ser posto na especulação, não pode corresponder a isto.
Isto que foi dito corresponde à não neutralidade da moeda, que só faz sentido com a endogeneidade da moeda (fornecimento da moeda implica entesouramento no interior da economia e confirmado à posteriori). Para além disso, o PIB REAL cresce ano após ano, por exemplo num país como os USA, logo um indicador de crescimento, do valor criado/transformado (por exemplo podes pedir dinheiro emprestado para explorar uma mina de ouro, mas por isso mesmo é que a actividade produtiva tem de ser mais rentável, que a actividade financeira, isto é, de quem dá crédito). A conclusão é que o crescimento do PIB não pode ser escravo da boa vai ela dos rendimentos líquidos existentes (neutralidade da moeda).Porque a criação de dinheiro só por si pode criar inflação, a actividade de financiamento só por si pode criar inflação (entesouramento por não confiar ou dificultar através de Juros o dinheiro para depósitos, logo para empréstimos - isto significaria uma total desconfiança em toda a economia!!!), a subexploração produtiva só por si pode criar inflação (mudança dos pontos de equilíbrio por mudança da Oferta e Procura).
Entesouramento=armazenamento de valor, não tem qualquer outra utilidade (por ex: troca, garantia bancária) para além dessa.
A exogeneidade da moeda = exclusivo fornecimento e entesouramento a partir de um banco central.
Neutralidade da moeda = injecção monetária actualiza imediatamente os preços e não contribui em nada no produto real criado.
TQM- diz-nos que a razão entre a multiplicação do mesmo dinheiro pelos sítios por onde passa e a quantidade de dinheiro em stock é uma medida da velocidade com que se efectuam trocas no mercado.
v=P*Q/M ; P - nível de preços , Q - indicador do nº de transacções , M - quantidade dinheiro em circulação.
v não pode ser medido directamente, logo não podemos confirmar qualquer regularidade, a existir. Podemos apenas fazer com que v tenha um valor onde anteriormente se teve um dado resultado - uma conveniência. É isso que é a neutralidade da moeda, o medo de que a modificação da velocidade se deva exclusivamente a um aumento súbito da quantidade de dinheiro em circulação!!!
O que se deve discutir é o benefício, o valor das coisas, porque não há nada pior do que a desconfiança, numa economia. Cada pessoa por si, não pode estudar a economia, não pode estudar medicina, não pode ser electricista, não pode ser tanta coisa que apenas alguns podem ser em quase em exclusivo, da mesma forma para cada um de nós. Assim vamos a um Banco que nos oferece Juros, vamos a um Hospital para sermos tratados, vamos a um Gabinete de Projectos para projectar instalações eléctricas, etc.
Se há tanto produtor que dá crédito a quem consome, porque é que os USA não podem viver do mesmo? Trata-se mais uma vez, de relações de confiança e de parcas escolhas, alternativas no mercado.
Que problemas trazem as relações de confiança?
No mercado os agentes actuam com valores reais e nada nominais, se conhecerem com CERTEZA O FUTURO. Só se confia, quando não há alternativas melhores...
Num mercado internacional onde o dinheiro por impossibilidade não pode ser uma commodity, mesmo que se pagasse juros a quem confiasse commodity ao banco central, resta-nos um mercado de moedas, que em grande parte é um jogo de soma nula (se as pessoas confiarem exclusivamente o valor nas moedas do mundo), ora isso ainda mais mostra a endogeneidade da moeda e o quanto isso significa: um título de participação na riqueza de uma economia (exploração dos seus factores produtivos) e não aquela coisa de armazém líquido de valor. Esta é a realidade do monetarismo, onde para se assegurar o valor abundam muitos instrumentos de protecção, para além do entesouramento em activos principais.
Um banco central, um governo não têm nada a ganhar em acreditar na senhorinhagem e na ilusão monetária (a menos que seja uma OMNIPOTÊNCIA!!!). A finança, o governo só podem ser intermediários e cobrar comissões por manterem uma ordem necessária (serviço prestado), mas mesmo assim, como ganham conforme o volume de negócios, podem ter efeitos incríveis na economia.
E para acabar, mais uma vez digo: a procura de valor faz as pessoas deixarem de confiar num activo e irem para outro, tudo numa lógica de valorização, que nem sempre está relacionada com critérios de rendimento, seja de uma economia, seja de uma empresa cotada. É estranho mas para comprar e deter é ostensivamente procurado VALOR REAL, para vender é VALOR NOMINAL. Por isso o lado certo e errado das coisas confunde-se umas vezes com realidade e outras com nominalismo. A crença é nominal, mas pelas insituições de uma economia podem-se estabelecer condições para que os objectivos propostos sejam alcançados. Na verdade a história entre valor e valor monetário é muito semelhante à do ovo e da galinha, quando se pretende saber quem nasceu primeiro.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
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